sábado, 13 de agosto de 2011


1. Interpretação
Justiça: tema central de “Death Note”, permeia o perfil psicológico de todos os personagens.
. Light Yagami: entre o amoralismo e a “purificação”, manipulação em prol do objetivo maior;
. L: conservador, ele defende a lei e a punição dos assassinos, independentemente de suas motivações;
. Misa: subjetivismo ético, lida com pessoas próximas;
. Mikami Teru: maniqueísmo e radicalismo na defesa de suas convicções;
. Near: existe uma justiça verdadeira que não pode ser comprometida por valores menores;
. Mello: a liberdade para alcançar uma meta é absoluta.
Ética da convicção: os fins justificam os meios. (Maquiavel, Weber)
Relativismo moral: contextualização dos valores. (Mannheim, Ayn Rand)
Sociopatia: distúrbio psicológico que leva a comportamentos anti-sociais (desde misantropia até indiferença à vida alheia), estando presente em vários personagens;
Lógica e Retórica: tanto Light quanto L (e, mais tarde, Near) revelam um incrível raciocínio dedutivo. O primeiro ainda se notabiliza por sua capacidade de convencimento. (Duelos intelectuais são constantes em nossa sociedade?)
Banalização da morte: os Shinigamis revelam a fragilidade humana perante ao óbito - ao invés de céu e inferno, o “nada”. (Os “deuses da morte” e o destino)
Culto de massas: em certo momento da série, o Kira torna-se tão popular que adquire aspectos quase messiânicos perante a população. Programas de TV sensacionalistas, mobilizações populares, delações anônimas. (Relação com Totalitarismo?)
- Exibir trechos dos seguintes episódios: ep. 1, 20:12; ep. 2, 13:49; ep. 24, 04:45; ep. 25, 12:14; ep. 32, 01:45; ep. 37, 10:22.
- Relacionar com “C rime e Castigo” e “Fausto”.
2. Revisão bibliográfica
Deuses da morte só comem maçãs.
Postado por Will ( http://asteroideparticular.blogspot.com/ )
Morbidez, ética, moral, intelectualismo e entretenimento.
Por que ignorei as tantas vezes que me recomendaram este anime?
O fato é que, recentemente, comecei a assistir a Death Note. Eu não diria que estou viciado, porém estou fascinado e até um pouco apaixonado pelo conjunto todo que o anime apresenta.
Acabaram-se as lutas, os monstros gigantes, os cabelos e roupas que mudam de cor e tamanho: a batalha é intelectual e a vitória trará como recompensa a sobrevivência. Aparentemente pode parecer que o anime será monótono, porém é uma falsa impressão - até porque a maioria de nós assistiu Dragon Ball Z (e gostou de fazê-lo), embora sejam longuíssimos episódios preenchidos com meia dúzia de palavras e muitos minutos focados num só cenário inerte.
Um dos pontos fortes de Death Note, senão o seu carro-chefe, é a quebra do maniqueísmo. Acabou-se o conceito de bom e mau, tendo um antagonista e uma protagonista que acreditam SER a Justiça. De um lado, um estudante de capacidades excepcionais que recebe um caderno que lhe dá a possibilidade de matar qualquer pessoa cujos nome e rosto sejam conhecidos, e que decide, com este caderno, acabar com todos aqueles que julgar maléficos ao mundo, criando um novo mundo: um mundo ideal, para o qual seria um deus. De outro lado, temos um investigador excêntrico e com não menos inteligência que vê nessa atitude apenas uma série de assassinatos, sejam eles contra inocentes ou não, o que vai contra a ordem pré-estabelecida e contra as leis, ao seu ver, trata-se, pois, de um jovem infantil que deseja julgar por si próprio o que é bom ou não para o mundo. Oras, é claro que há mais detalhes, mas repito que não gosto de transcrever coisas que são facilmente encontradas no Wikipedia ou qualquer outro site por aí.
Portanto temos a questão moral e a ética. O estudante, Raito, está com a razão ao ir contra a lei e exterminar todos aqueles que criminosos e/ou corruptos? Ou terá razão L, o investigador, ao ver por trás dessa máscara apenas um assassino em série não menos criminoso e muito mais perigoso? Raito está sendo imoral, porém estará faltando com a ética? Talvez lhe faltem ambos, mas o que ele faz é correto ou não? A sua ambição em querer ser deus faz da sua "justiça" algo errado? Ela seria errada por si só? O que você faria se tivesse esse caderno em mãos? O anime não faz diretamente essas perguntas, porém insinua. Os dois principais são colegas de faculdade, estão trabalhando juntos, são parecidíssimos, porém são, simultaneamente, opostos.
O trabalho psicológico, lógico, mítico e mesmo com o roteiro é fabuloso. Há sim algumas tiradas um tanto forçadas, embora se mostrem, depois, perdoáveis, justificáveis e até desejáveis. Assistir a Death Note é como ver na prática os diversos livros e textos acerca de ética e moral, dentre outros temas. Lembra até um pouco de Maquiavel, sobre "o fim justificam os meios". O enredo ocorre indiferente a isso, porém o expectador não consegue fazê-lo da mesma forma, o que, por sua vez, me recorda Machado de Assis, cujos contos dão a mesma sensação: ele não pára a narrativa para questionar a ética de seus personagens, se estão agindo corretamente ou não, embora o sugira com o avanço da história, porém o leitor acaba por se perguntar o que faria no lugar da personagem.
Finalizo logo, antes que me prolongue demais, dizendo que este é um título que por ora assistirei, mas que depois lerei no formato mangá, com toda a certeza. Agradeço a todos que me sugeriram, e recomendo àqueles que ainda não o conhecem. Penso que mesmo os mais aficcionados por ação gostarão deste anime.

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